segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Karma

Atenção senhores leitores! Qualquer semelhança com a realidade é Mera coincidência!
Todos as personagens foram retiradas da minha mente louca.

Já reparou que a gente sempre tem um karma na vida?
Eu uso a palavras karma de maneira genérica tá, como uma sina, uma coisa que realmente sempre acontece. Mas esqueça dos significados zen sobre ter que aprender algo com isso e ser para evolução própria.
Aliás eu não entendo como certas coisas se repetem e como podem ser de nenhuma utilidade.
Veja só, minha antiga melhor amiga tinha quedas por professores.
Não era nem um fetiche. Ela sempre calhava de gostar dos professores dela.
Durante toda a vida foi uma tortura.
Tudo começou no colegial. Aquela coisa adolescente, dá até para entender aquele sentimento à flor da pele e tudo mais. O primeiro foi o André, professor de física. Na verdade ela não gostava dele não, mas ele só tinha olhos para ela.
Desde aquela época já gostava de homens mais velhos – então imagina! A sala toda se divertia com o cara que só sabia dar aulas para ela.
Eu e as outras meninas morríamos de ciúmes, tudo velado, mas morríamos. Acabou que quem quase morreu mesmo foi ele, vítima de ataque cardíaco, pressão alta, não resistiu, pediu demissão.
Devia ser a sina do primeiro ano, porque o professor que entrou para substituir também só tinha olhos para ela. Tudo bem, menina bonita, inteligente, de sorriso lindo. Ela era apaixonada pela vida em si, acho que isso era o que mais chamava a atenção... Seus olhos. Mas dane-se, que uma mulher sabe falar de outra? Devia mesmo era ser a bunda!
Foi que foi, o cara queria saber onde ela fazia aula de ginástica – onde só não! Como, quando, com quem, que horas ... (?) Confesso que eu mesma achava esse realmente bonito, mas naquela época a Marisa só tinha coração e todo o resto para o namorado dela, um tal de Raphael – essa paixão se explicava por ele ser libriano, tudo teoria dela!
No segundo colegial foi um tal de biologia. Já era competição, ela e uma Lana arranjaram briga por causa dele, o pior é que o tipo era feio que dói! Só faltava cair os dentes. Péssimo. Mas elas queriam, ambas! Ah! A Lana também era muito bonita, mas bem burra. Bem!
No ano seguinte foi o de literatura. Era um tipo que todas adoravam, se derretiam. Ele era o romântico, o barroco, o naturalista, o realista, o Romeu que toda Julieta queria. Tudo em uma peça só. Talvez fosse muita esmola, por isso Marisa deveria ter desconfiado, mas passou dois anos desejando o tal professor.
Fez cartas, recitou poemas, escreveu música, cantou serenata tudo na escada da escola. Nada. Ou talvez alguma coisa. Ele a olhava de um jeito tão especial que dava frio na espinha até em quem a acompanhava, uma energia maravilhosa.
Aquele foi a tentação da menina, ela fez de tudo por ele.
Um dia se trancou na sala dos professores, bom, dizem que não foi só uma vez. Até hoje ninguém sabe ao certo o que aconteceu, mas ela me disse que quase se beijaram.
O karma da Marisa sempre foi professor, claro.
Não importava, ela poderia ter professor de tango, de forró, de canto, de inglês, espanhol, de ginástica localizada, de musculação ou de contabilidade (matéria que repudiava), ainda assim a tentação era sempre do mesmo tamanho: imensa!
Muitas vezes Marisa resistiu, creio eu que em outras, cedeu.
Engraçado mesmo foi o dia em que ela teve só uma professora e eu perguntei o que faria, e de pronto me respondeu:
“Se não tenho professor, vai o filho mesmo! Precisa ver o dela, um tal de Prometeu!”
Creio que a estranha coincidência mostrou que ela estava era atrás de conhecimento.
Mas não importa, dizem que mesmo após anos o karma de Marisa nunca se resolveu.

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