quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Cicatrizes

Minha paixão é cicatriz.
Qualquer tipo de cicatriz. Fundas, rasas, tatuadas, na alma, no corpo, na mão, nos pés, nos olhos...
Cada um de nós tem suas próprias cicatrizes.
Creio que não as mostramos para qualquer um, mas quando alguém consegue vê-las, mesmo que aos poucos, no cotidiano, no passar dos dias, no contar das horas, no bater dos minutos, é naquele momento que as almas se encontram e se unem.
Fazer amor é tocar as chagas de cada um.
É amar por tudo o que já se viveu, junto ou separado, bom ou ruim, rápido ou demorado...
Tudo.
Tudo importa.
E é quando aceitamos as feridas dos outros, e beijamos com todo o nosso amor aquilo que mais dói na alma alheia, é ali, bem ali, que somos melhores, que nos tornamos maiores, que amamos mais, e ficamos para sempre junto na dor do outro como um amortecedor, lembrando sempre que haverão batidas bruscas, mas que nossas lembranças estarão sempre protegendo para que nada mais nos corte ou nos perfure no mesmo lugar...
É quando se cura, mesmo sem jamais cicatrizar...
Por dentro. Na alma.

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