terça-feira, 31 de agosto de 2010

Estranheza que a vida me causa...

Eu ando meio distante.
Às vezes me é estranho como tudo acontece.
Eu sou uma pessoa que definitivamente não acredita em acaso, e muitas coincidências andam acontecendo na minha vida.
Reencontros e coisas inesperadas do nada, assim, me fazendo sempre duvidar e questionar tudo.
É a vida que me mantém de pé, mas ao mesmo tempo é ela que me faz quase cair.
Me sinto constantemente numa corda bamba, por isso vou cambaleando, achando que na maior parte das vezes vou cair.
É quase algo certo pra mim, uma hora eu Vou cair. E quanto mais o tempo passa, mais eu tento me agarrar às coisas, inutilmente.
Nada além de mim é capaz de me manter de pé, andando, mas às vezes me faz falta olhar pra outra ponta da corda e ver algo, quando tudo o que vejo é um nada... Nem uma sombra.
Mas ao mesmo tempo é hipocrisia, porque tenho muitas coisas que levo comigo...
A única dúvida que fica é se elas vão me ajudar a voar ou se irão me arrastar mais profundamente para o chão caso eu caia.
Meu problema é olhar pra frente, quando a única coisa que eu deveria fazer é olhar pros lados.
Pena que nem sempre a gente sabe dar o valor correto pras coisas que temos, pras pessoas que conhecemos.
Mas afinal, e será que podemos estimar o valor de alguém?
O valor é intrínseco, não se altera com a distância...
Será?

Eu encontro sempre muitas pessoas... Isso pode ser um fardo certas horas...

Sobre Peixes e Homens

Não quero mais mudar o mundo, não, não mesmo. As pessoas são o que demonstram ser e ponto, talvez seja assim a melhor forma de encarar as frustrações e tentar absorve-las tão fundo onde não se é mais capaz de ver.
Não tenho certeza do quanto é aplicável isso, mas de uma coisa eu tenho certeza absoluta, ninguém muda ninguém, apesar da vontade inenarrável que temos nessa proeza.
Quanto as lições que os outros elaboram com base em mim, esforço nenhum farei para elaborá-las. Deixe que o outro aprenda por si só, que se um dia sua consciencia acordar mais próxima das escamas, absorva o sentido de suas atitudes e o arrependimento sincero. Não busque ensinar lições por atitudes impensadas, apesar de quase sempre fazer isso, não é a melhor maneira, aprenda as dirigidas a voce, e repreenda as que sente necessidade de dirigir ao outro.
Somente não consegue nadar contra a correnteza o peixo morto, mas não é necessáriamente porque voce é um peixe vivo que consegue levar os outros consigo a montante do rio. O ato de nadar é solitário tão quanto viver, é possivel compartilhá-lo, mas não torná-lo inerente a outros peixes.
Não tente apreender vitórias por pessoas, pois definitivamente elas não a são! São só pessoas, seguindo seu caminho em direção a foz. Também não as siga, chegue na cabeceira sozinho,e se lá chegarem contigo é lá que deveriam estar, e não necessariamente estarão lá por ti...

sábado, 28 de agosto de 2010

Mirage

Minha mãe sempre falava: "Quem vai pra terapia é louco.".
Hoje, pela primeira vez, digo: Sou louco, tudo culpa das minhas ex-namoradas!
Tudo começou com a Mirage.
Aquela coisa, balada meia boca no Bola Sete, me arrumei daquele jeito mais ou menos só pra garantir uma menina sem bigode, perfume barato no pescoço e aquelas três balas de menta no bolso.
É claro que quando a gente vê uma menina bonita que nem aquela no meio das outras pensa 'Só pode ser ilusão.'. Bom, como o próprio nome sugere, Mirage era muito boa pra ser verdade.
Joguei aquele papo, enchi de elogios, também linda daquele jeito era só o que restava fazer. Sabe como é, minhas qualidades não são muitas... Quase 30, barriguinha de chopp, serviço desinteressante, comentar de mim pra quê?
Mirage era quase perfeita: melhor aluna da faculdade, antiga miss da nossa cidade, cabelo loiro de salão, unhas sempre bem cuidadas, roupas então nem se fale - só de marcas, impecavelmente passadas.
Quase pirei quando me convidou pra ir na casa dela. Era pra eu ver um Book que ela tinha feito como modelo, mas também era a desculpa ideal para conquistar a gata naquele dia.
Cheguei a pensar que fosse rolar algo a mais, mas nada, tudo que fizemos foi sentar no sofá e ver fotos, intermináveis fotos dela.
Sempre achei meio estranha aquela mania de sempre ficar por baixo se olhando no espelho do teto. Tudo bem que há quem goste de olhar, mas tanto assim?
A nossa relação se resumia a ela. E também o que eu poderia oferecer?
Problema mesmo foi quando ela bateu o carro. Adivinha por quê? Tava se olhando no retrovisor.
Por causa da batida, inventou que precisava de um silicone novo e uma plástica na cara. E quem ia pagar? Eu.
Pagar mesmo não paguei, me endividei.
Falei pra ela ir trabalhar, mas não queria não, ia 'cansar a beleza dela'.
Cúmulo foi ela me trocar por outro. Alegação? Eu não a enxergava mais.
A falta de elogios havia se tornado um tormento.
Agora ela dizia que eu era burro, um verdadeiro inculto.
Como pode, depois de tudo o que fiz por ela?
Mas como meu médico me disse, o problema não era eu, mas sim o transtorno de personalidade narcisista dela.

Lê & Du

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Odeio boate!

Eu odeio boate!
Não é por nada, mas como as pessoas não se cansam de dançar durante horas do mesmo jeito, no mesmo lugar, como se estivessem em transe?
De fato devem estar hipnotizadas.
O mais gozado é que ainda assim quando estamos com certa idade pensamos 'Tá na hora de ir pra balada, aproveitar a vida, afinal é o que todo mundo fala!', ai você se arruma todo, se perfuma - não sei pra quê se vai suar que nem o cão. Aliás, essa é outra coisa que me perturba terrivelmente.
Ou as pessoas estão fedendo por causa de algum perfume que passam em excesso pra parecer que não suam, ou se esquecem de passar qualquer coisa que seja e fedem mais ainda. Terrível, não entendo, ninguém sabe passar só um anti-transpirante?
Aí depois de algumas horas se arrumando e se convencendo de que a festa vai ser ótima, que você vai conhecer muita gente, muitas gatinhas vão te dar bola e você vai poder escolher a mais gostosa pra ficar, você se olha no espelho e pensa 'Tô maneiro!'.
Tá tudo ótimo, carro com tanque cheio, hora de passar na casa dos amigos ou encontrá-los direto na porta da balada.
Primeiro terror é estacionar, ou você pára longe pra caramba e anda quilômetros ou paga caro pra deixar perto, tanto faz, isso de um jeito ou de outro vai te encher o saco.
Segundo terror: entrar na balada. Você chega conversando com a galera e fica esperando horas na fila, pacientemente. Isso sem falar nos dias em que faz frio pra caramba e você Não leva casaco porque não quer ficar segurando nada enquanto dança até derreter, ou nos dias em que chove e você pensa 'Ferrou!' a balada acabou de acabar. Mas vamos manter o espírito feliz e imaginar um dia quente de céu estrelado...
Também vamos ignorar aquelas pessoas totalmente sem noção que estão bem atrás de você gritando e bebendo antes de entrar, aquelas que estão só falando sobre beber até vomitar, aquelas que já estão vomitando... Enfim.
Algumas horas depois... Já dentro da boate, você repara que as pessoas dançam durante horas do mesmo jeito, cada um literalmente dentro do seu quadrado - sim, porque parece que cada um tem um espaço próprio onde faz passinhos decorados pra lá e pra cá na maior loucura!
No banheiro, aqueles da fila estão vomitando como disseram que iam fazer.
Até este ponto você já pensou mil vezes 'O que estou fazendo aqui???', mas cada vez que fala sobre ir embora seus amigos insistem para você ficar. Então você vai ficando...
Aí repara que nenhuma menina vale à pena, elas estão tão bêbadas quanto o resto e você está sóbrio demais para encarar qualquer uma delas. E já cansado daquela cena de vários loucos você resolve encostar e descansar num cantinho. Pra quê!
Você vai bem pro escuro e pensa 'Uffa, aqui não tem ninguém', que engano!
Bem na hora em que reclina pra achar a parede percebe que alguém te empurra. 'Mas como assim?' e ai você se toca: tem duas pessoas atrás da cortina fazendo qualquer coisa que você não quer saber nem imaginar.
Tarde demais, o cara meio tonto sai e te acusa de ter passado a mão na bunda da ‘mina’ dele, aquela que está arrumando a roupa enquanto você se encolhe todo. 'Ferrou! Por que não fui embora?' você pensa.
Aí conversa vai e vem tentando convencer o cara bêbado de que você não queria a menina dele, mas é inútil, aquela música insuportável toca alto demais.
Pronto, você acaba de levar um soco na cara!
Tudo gira, é a única hora em que você se sente realmente igual aos outros que estão lá - loucos, quase caindo, vendo tudo girar, com estômago embrulhado... Todos os sintomas dos baladeiros.
Como a balada termina?...
Bom, eu devo ter levado mais alguns socos ou ponta pés, minha barriga dói.
Meus amigos estão no mesmo quarto que eu tomando soro na veia.
O pior é isso, saber que ainda no final das contas eu que vou ser o único sóbrio pra levá-los embora.
A enfermeira entra e pergunta se eu estou bem, e apesar de toda a dor que sinto, mal conseguindo falar, ainda assim consigo balbuciar no ouvido dela:
"Odeio boate! Odeio..."

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Não basta...

"Não basta investigar fenomenos, aderir verbalmente, melhorar a estatística, doutrinar consciencias alheias, fazer proselitismo e conquistar favores da opinião, por mais respeitável que seja, no plano físico. É indispensável cogitar do conhecimento de nossos infinitos potenciais, aplicando-os, por nossa vez, nos serviços do bem.
O Homem terrestre não é um deserdado. É filho de Deus, em trabalho construtivo, evergando a roupagem da carne; aluno da escola benemérita, onde precisa aprender a elevar-se. A luta humana é sua oportunidade, a sua ferramenta, o seu livro."

EMMANUEL, 03/10/43

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Odeio excursão!

Eu juro que eu mato, um dia eu mato!
Daqui a pouco vão me chamar de nervosinho, vão falar que é implicância minha, mas vai vendo a situação.
Eu já disse que Odeio ônibus. Mas pior que estar indo para um lugar como viagem normal é estar indo em excursão.
Ô ódio de excursão!
No começo você vai todo bonito e arrumado ver o preço dos pacotes, conversa, liga, discute, programa, assina, paga e sorri como se tivesse acabado de fazer o maior empreendimento da sua vida!
Aquela viagem tão sonhada finalmente vai sair, vai acontecer! Eu vou para O lugar que sempre sonhei!
Até que você entra no ônibus, vai pro aeroporto, pega o avião depois de horas de atraso (Brasil, Brasil), claro, e finalmente desembarca naquela emoção de "cheguei, cheguei!" e pra quê tanta euforia? Todo mundo chegou! Tá todo mundo ali com você, nem por isso saem gritando e falando alto como se precisassem mostrar que estão ali.
Você chegou e todo mundo viu! É, eu também odeio turistas!
Mas voltando para a excursão.
Você vai pro hotel, que é quase sempre legal - se é menos do que você pensou, você se contenta, se é mais, você grita mais ainda. Nunca existe meio termo.
Mas o pior de tudo é a hora do ônibus que leva para o tour nos lugares conhecidos e tal. Já começa que você tem que acordar 5 da manhã e sempre tem aqueles que não acordam no tempo, ou seja, você levanta na hora certa e ainda espera meia hora a mais que nem pateta no lobby com tudo na mão.
Mas antes você vai até o salão onde servem o café da manhã, come até passar mal porque normalmente só ele tá incluso no preço e você não quer gastar muito no almoço e depois, no meio da "viagem" de ônibus pela cidade, você descobre que tudo aquilo te fez mal pra caramba e precisa ir ao banheiro. Opção 1: mata os outros turistas com o mal cheiro e falta de respeito, opção 2: faz o ônibus parar e você demora uma hora dentro de algum banheiro apertadinho e podre de posto de gasolina e fica morrendo de vergonha porque todos sabem o que você foi fazer, pior, você os atrasou!
Ok, ok. Já falei que odeio especialmente pela manada de boi?
É, bom, é assim que a companhia sempre nos trata, já reparou?
Quando o ônibus pára pra gente realmente ver alguma coisa, tirar foto ou conhecer um local é sempre uma briga com os ponteiros do relógio, sempre muita coisa pra um tempo de nada!
Acho que é proposital, os guias falam: "Em meia hora estejam de volta bem aqui, aqui nessa praça, tão vendo? Ok, meia hora... Valendo!" e a partir dai todos descem correndo quase se atropelando para ver quem faz mais coisa em menos tempo.
O melhor foi minha última viagem.
Eu desci, vi a praça, dei uma volta, mas e quem disse que depois eu sabia qual o caminho de volta?!
Praça na cidade deveria ter umas 5 só no bairro que eu tava, e o melhor, eu não sei falar alemão!
Querem saber como eu fui embora?
Bem, não fui! Tô aqui ainda, pensando em alguma solução.
Mas de uma coisa podem ter certeza, eu mato os guias dessa excursão! E mato também o cara que parou pra cagar. Onde já se viu! Um absurdo isso. Absurdo.
Por ele todos podem esperar uns 60 minutinhos, mas eu, pra mim não, nem 10!
Olha alguém vindo ali... Perai...
"Por favor, você fala português? Preciso de uma informação..."
...
"Eu te mato também, seu sem educação!"

A calcinha da vizinha e o pé de manga

Estou com o braço quebrado!
Lembra que eu falei que meus tombos nunca tinham sido ruins? Então, dessa vez me ferrei!
Ok, a culpa é minha, mas quem pode resistir?
A vizinha tem um pé de manga no quintal.
Em casa também temos um igual, então do meu jardim dá pra ver o pé dela e vice-e-versa.
Pra quê.
Estava eu comendo manga sentado em um dos galhos em que se pode espiar aos poucos a piscina alheia quando ela saiu com aquele biquíni amarelo sol, sabe, bem forte, aquela cor que arde os olhos e ressalta a pele queimada. Um tesão.
Fiquei só olhando, quietinho na minha, de longe.
Primeiro ela tomou aquela ducha pra esfriar o calor, depois esticou a toalha branca na cadeira e entrou na casa. Quando voltou estava com um pote de creme nas mãos, se sentou quase como quem deita, abriu o pote e começou a passar o creme no corpo.
Ah! Não, aquilo era demais!
Naquela hora minha manga caiu no chão. Foi inevitável!
Fechei os olhos como se fazendo aquilo ela não fosse me ver. Talvez tenha visto, mas continuou lá parada se massageando sozinha.
Cada parte que ela tocava era como se fosse a minha mão percorrendo o corpo dela.
Detalhe, eu cheguei a apertar uma outra manga tão forte que ela "explodiu".
Lembrei-me das calcinhas. Nossa! Bem que ela poderia deixar o biquíni num galho também, né. Amarelo não é tão mal.
Aliás, nela nada fica mal. Cor alguma!
Aiai. Só sei que depois de um bom tempo ela entrou novamente e voltou de shorts.
Mamãe me chamou, me distrai por um segundo e, cadê ela? Perdi de vista.
Tenso, demorei uns bons minutos procurando, e quando encontrei estava deitada em um galho da mangueira dela chupando uma manga madurinha!
Nesse exato momento eu quase cai. Mas consegui me segurar.
Imagina aquela vizinha gostosa chupando uma manga!
O problema ainda nem foi esse, mas sim quando ela foi empurrando o caroço até ele sair da manga e ela chupar ele todinho.
A manga pingava naqueles lindos peitos dela e ela passava o dedinho e lambia.
Fala, isso não mata qualquer homem?!
Pois é, eu quase morri! E nem adianta falar que não sou homem.
Cai do galho, gritei pra caralh...ramba e minha mãe veio me dar sermão como sempre.
"Você é moleque sem responsabilidade... Espera seu pai chegar... Onde já se viu?"
A pior, PIOR, cena foi quando eu olhei novamente para a mangueira dela e vi ela lá de pé em outro galho me olhando e rindo.
Humilhado na frente da vizinha das calcinhas!
Quem sabe ela me manda uma outra calcinha como lembrança de melhoras...
Quem sabe.

[...]

"Life is a miracle for itself. Don't stay as long as you'd like to, but don't go before you're done." Letícia Conde

domingo, 22 de agosto de 2010

A calcinha da vizinha e a boneca inflável

Já se passaram duas semanas e nenhuma notícia de calcinha.
As outras duas estão guardadas. Bem guardadas, aliás.
Problema foi esses dias um amigo meu, o Mário. Gente boa. Óculos garrafa de aro preto, tentando deixar o bigode crescer, coisa fina, fala engraçado sabe? Meio que tirando sarro da vida... Pouco mais velho que eu.
Se alguém acha engraçada minha coleção de mangás, hentais e calcinhas precisa conhecer a coleção de camisas de marinheiro do cara. Ele tem várias dessas que são listradas, todas iguais.
Pra quê comprar camisas iguais? Não sei, aparentemente ele sabe.
Uma vez eu questionei, ele só me respondeu: "Oras e você não aprendeu que marinheiro só come sereia?"
O que que a sereia tinha a ver? Não me pergunte.
Eu não ia falar sobre as calcinhas da vizinha, até que ele descobriu sozinho.
Estávamos estudando no meu quarto quando ele resolveu que a matéria era chata demais e levantou pra pegar um hentai.
Ah! Pobre de mim. Abusado do jeito que é, Mário enfiou a mão e bagunçou tudo, tanto que encontrou as duas lá, quietinhas.
No dia seguinte era aquele boato na escola, eu, o nerd da esquina, agora era o pegador de vizinha. E quem explica? Tudo por causa de calcinha. Os meninos ficaram eufóricos. "Calcinha? Traz pra gente ver! Larga mão de ser egoísta!"
"Ela é gostosa mesmo?"
"E ai, cheirou, lavou, deu bainho né, safado!"
Eu fiquei morrendo de vergonha, não sabia pra onde ir.
Agora eu tenho a impressão de que todo mundo ri de mim.
Sabe quando a gente fuma maconha e fica com aquela neura e que estão te olhando? Basicamente isso. Neurótico, estou neurótico. Isso porque eu nunca fumei!
Anteontem vieram me falar que estavam fazendo uma vaquinha pra comprarem uma boneca inflável pra mim. Dá pra acreditar?
Ontem à noite chegaram com a tal boneca. Uma coisa horrível.
Colocamos a calcinha nela e ficamos lá, adorando aquela coisa.
Ela com a boca aberta parecia que ria da gente.
Um bando de adolescente tudo embasbacado.
Mário combinou com a turma de irem em casa todo sábado. Imagina! Que tortura, não vou dividir meus achados com eles não! Se quiserem que encontrem outras calcinhas em galhos alheios...
Nos galhos da minha vizinha ninguém põe a mão!

Gente Boazinha...

É tão complicado lidar com gente boazinha que as vezes é necessário um pouco de estupidez. Começar um post com uma frase dessa pode parecer meio agressivo, mas foi assim que eu aprendi lidar com esse tipo de pessoa.
Bonzinho não é bom, e ponto. Ser bonzinho é simplesmente manter-se infiel aos seus principios e arraigado em valores dos quais o próprio individuo não compartilha. Acho que já tratei com tantas pessoas boazinhas que eu consigo hoje em dia farejá-las a quilometros de distancia, é uma hipocrisia visceral, onde nem a própria pessoa é capaz de aceitar a sordidez do seu pensamento, o que pra mim é o pior tipo de hipocrisia, já que constatemente esse tipo de gente fica presa a isso durante a vida toda. Não adianta fazer análise, não adianta procurar religião, não adianta nada, eu muitas vezes brinco que é um tipo de dissociação ideo-teatral. Gente boazinha é teatral, pode sentir a mais profunda raiva, pode ter a maior ganancia do mundo, pode ser a mais falsa das criaturas, que mesmo assim é capaz de teatralizar os seus sentimentos e se colocar em uma falsidade tão perfeita que chega a crer que não sente coisas ruins. Ser bonzinho é simplesmente fazer o que é aceito, sentir o que é aceito, é fazer do politicamente correto uma bandeira e pregá-la na cara, se escondendo por detrás disso. Basicamente, é agir por interesse, é fazer pelos outros esperando um reconhecimento coletivo, ou uma aceitação, o que pra mim de nenhuma forma representa bondade.
Isso me irrita pronfundamente, pois é muito foda pensar que ser politicamente correto esta na moda e que isso gera uma legião de pessoas que fazem de standart(ou meio de vida pra ser bem mais exato)o fato de serem bonzinhos. Eu cansei de ver gente usando as pessoas, gente com podridão interna, com papo furado, com superficialidade, com futilidade tentanto parecer o que não é. Que na frente de uma platéia se mostra doce, educada, certa e por trás da uma ferroada em qualquer um que se encontre no seu caminho. O pior de tudo, é que esse tipo de gente tem um dom muito especial, conseguem tão bem se enganar que são capazes de controlar os mais humanos dos sentimentos, a raiva, a frustração. Não digo nem relacionado a tristeza porque são pessoas tão planas que não creio que sejam capazes de se humanizar a ponto de sentir algo mais do que um vão prazer hedonista. O mais engraçado de tudo é que ser bonzinho vem de berço, já vi famílias que escondem um buraco negro no centro, um rombo gigante no caráter da família toda, e que mesmo assim sai junta na rua e prega pro mundo uma estrutração falsa. Me dá medo isso, é contra a lei da natureza, os pais deveriam corrigir o caráter dos filhos, dar-lhes palmadas, e não pregar comportamentos socialmente aceitos, os quais nem os próprios são capazes de ter espontaneamente. Aquele negócio de que dar o exemplo é a única coisa que funciona para educar é enganoso pra caralho, dar exemplo de algo que não se tem de verdade é simplesmente dar uma boia salva vidas pra quem não aprendeu a nadar.
Eu aprendi a nadar, aprendi sim, já tive raiva, já fiquei frustrado, já me senti enganado, já fui triste. Mas aprendi a lidar com tudo isso, aprendi uma coisa que quem é bonzinho jamais vai aprender, aprendi a elaborar, aprendi a juntar as peças do MEU quebra cabeça, e entender a origem e pra onde vai cada sentimento meu, e não simplesmente os ignorei e mostrei felicidade ao mundo.
Concluindo, ser bom é manter-se fiel ao que realmente sente, é manter-se livre ao extremo, a ponto de ser capaz de assumir os seus sentimentos para o mundo, e permitir, que apesar da existencia inerente do mal interno, o bem aflore.

sábado, 21 de agosto de 2010

A calcinha da vizinha II

Eu ainda estou com aquela calcinha, a calcinha vermelha da vizinha ao lado.
Eu tento espiar, sempre subo naquela árvore tentando ver alguma coisinha, mas nada. Ela se tranca no quarto e fecha a cortina, me deixa louquinho.
Claro que falando assim até parece um desses filmes americanos onde no final a mocinha gostosa fica com o nerd magrinho.
Nada disso, eu não me casei nem fiquei nem namorei a vizinha da calcinha. Não ainda.
A única coisa que me aproxima dela é mesmo aquela fina e cavada rendinha vermelha. E que coisa mais linda.
De verdade eu confesso, não sei se é dela. Mas gosto de pensar que sim.
Eu lavei e guardei mesmo, guardei na gaveta de coleção de mangás e hentais. Ah! Minha coleção de Hentai! E, afinal, quem não gosta de uma oriental?
Tudo bem que nessas revistinhas masculinhas elas ganham peitos que só existem nos Estados Unidos, bundas que só se vê no Brasil, olhos redondos ocupando metade do rosto que ninguém tem igual, talvez só o lobo mau da Chapeuzinho. Ainda não sei o que elas têm do oriente. Talvez a altura, mas isso não dá pra saber.
Depois de um tempo encontrei outra, sim, outra calcinha.
Desta vez era branquinha, limpinha, igualmente de rendinha, era cavadinha, mas não era fio dental.
Sabe aquelas que deixam a gente louco sem esconder muito, mas sem mostrar nada?
Sabe que acho que ela sabia que eu ia buscá-la. No dia seguinte ela me deu um sorrisinho, desses como quem só brinca, tortura. Devassa!
Podem me chamar de adolescente pervertido, e quero saber em que mais adolescente pensa senão naquilo.
Aposto que a próxima será uma preta, talvez um pouco maior, talvez diferente, talvez com um convite dentro, talvez com um lacinho, ou então...
Como as mulheres sabem nos fazer de bobos, não? Olha só, eu sendo vitima do sadismo alheio, sendo torturado, atiçado por uma menina com quem nunca havia conversado, falado 'oi', ela nunca tinha sequer me olhado.
Adoro blues e jazz, lembro-me de, no dia em que encontrei a branca, ter ficado deitado ouvindo uma banda de New Orleans tocar e a vizinha ter dançado, dançado, dançado até tirar a calcinha branca e entregá-la pra mim ali, pertinho da minha respiração, aquela pele dela... Hm! Que gostosa!
Melhor eu parar. Já tô ficando com uma...
Ah! A vizinha. Que avião!

O estranho passageiro do busão

Eu odeio viagem de ônibus!
Se houvesse uma coisa na face da terra que eu expurgaria daqui seriam esses ônibus e seus passageiros.
Nada contra ninguém, mas já reparou que sempre tem um sem noção?
No avião não se pode ligar os aparelhos e não sei, tem um quê de pessoas com maior senso de incomodo. E não é necessariamente uma questão de dinheiro, porque já há passagens aéreas mais baratas do que ônibus leito, por exemplo.
É a velha educação. E quantos passageiros sem noção!
Esses dias estava voltando para casa no mesmo horário de sempre, na mesma rodoviária de sempre, pela mesma companhia de sempre, no mesmo ônibus de sempre.
Sentado em minha poltrona comecei a reparar nos outros que também se acomodavam ao meu redor. Até então nada demais. Todos quietos, uma beleza.
Mas foi o motorista dar a partida que um moço, que se encontrava na poltrona de trás do lado oposto ao meu, ligou o celular na maior altura.
Tudo bem que a tecnologia é maravilhosa, mas o fone de ouvido foi inventado muito antes do dito telefone móvel!
Enquanto ele escolhia a música eu rezava! Rezava tanto que até Deus deve ter reclamado da altura dos meus pensamentos.
"Zézinho produções apresenta: Deja vu! A banda de forró do Pará que veio para ficar!"
Pronto, eu sabia, Deus não ouvia, o celular do cara não deixava! Ensurdecia tudo, até os Céus!
E a partir dai eu xingava, xingava em pensamento tentando controlar para não verbalizar em alto e bom tom. Afinal, vai que era uma música só, depois o cara desligava. Desligaria, eu achava.
Minutos depois de tortura auditiva você pensa: "Nada, nada pode ser pior!" E dai você se surpreende.
Já no final, bem quando a música começa a ficar mais lenta e os aplausos e gritos aparecem, o celular começou a tocar. Adivinha qual era o toque daquele cara? O Hino do Corinthians.
Só poderia ser, um cara tão sem noção só poderia ser corintiano, assim, nada contra quem torce nem futebol, mas sabe aquele velho paradigma que a gente tem... Ok, ok, preconceito! Odeio corintiano, e aquele me deu razão para odiar mais ainda.
Conversou berrando - eu também não entendo porque as pessoas têm mania de gritar no celular como se o outro não escutasse sendo que sempre escuta - durante 10 minutos com alguma "mina lá muito gostosa, cheia de fogo, ligada nas tretas".
Desligada a ligação, todos do "busão" de entreolharam pensando: 'Acabou, diga que acabou!' Mas seria muito fácil. Agora a trilha sonora era: Sandy e Junior.
“Por todos os santos” sussurrou um senhorzinho.
O cara era corintiano que gostava de Deja vu e ouvia Sandy e Junior. Depois dizem que os são paulinos é que são gays. Oras, por favor.
Vendo o estado de calamidade geral resolvi arriscar: "Ô amigo, coloca um fone no ouvido.". O cara se fez de desentendido. "Abaixa o som, por favor.". Fechou os olhos e fingiu que nem era com ele. "Abaixa o volume do celular." pedi num tom um pouco mais alto. Mas nem adiantou, o camarada permaneceu imóvel.
Também nessas horas todo mundo fica hipócrita, fingindo aceitar, nem uma palavra, só eu reclamava. Me levantei e fui falar com o motorista, expliquei a situação e ele só me perguntou: "O cara é branco ou preto?" - E o que raios isso tinha a ver?
O motorista estava com medo por preconceito? E quem diria!
"Olha moço, nem dá preu fazer nada, sabe como é, se ele não desligar o telefone eu vou ter que pedir pra ele descer, se ele não quiser descer eu vou ter que chamar a polícia e dai vão mais umas 2 horas parado esperando solução. Dá não. Resolve sozinho.".
Que decepção. Voltei pronto para uma contrapartida 'Já que não vai ser com polícia, sacana serei eu.' pensei. E assim que sentei liguei o meu celular numa altura maior ainda.
Claro que os outros passageiros ficaram incomodados, mas um outro rapaz resolveu atacar comigo, ligou o celular dele também.
Bom, só em saber que era um ônibus normal, de um andar, com poucas pessoas, vindo de manhã ainda pela madrugada dá pra saber o quão nervosa era a situação.
Agora imagina aquela bagunça de sons, a mistureba de gritaria e ainda por cima agora todos estavam falando alto sobre quão absurdo era aquilo: "Poluição sonora, um abuso." falavam algumas senhoras.
Mas o que eu poderia fazer?
Resumo da ópera: o cara finalmente desligou o som dele, depois desliguei o meu e assim por diante. Silêncio. Tudo ótimo, não?
Não! O cara dormiu, e quem diria que dormindo o barulho seria ainda mais sonoro? Roncos! O corintiano roncava que parecia uma vaca, um boi ruminando. Que horror!
Dó mesmo deu da menina que iria sentar no lugar dele no ponto de desembarque. Só para acordá-lo demorou uns 10 minutos, sem sucesso. Enquanto isso a fila atrás dela crescia, todos querendo entrar esperando pacientemente o cara levantar.
Ele só acordou mesmo quando o rapaz de trás deu um grito parecido com um "Acorda ai, meu irmão!".
Claro que ele foi super mal-educado, foi passando se esfregando em toda a gente que em atos desesperados se dobrava por cima dos acentos tentando não encostar no tal indivíduo.
Saiu assim, sem falar nada, sem olhar nada, sem o menor pudor como se não tivesse feito nada.
Alivio geral quando o ônibus fechou.
"Ufa!" disse um, "Aleluia." resmungou outro, mas achei engraçado mesmo quando uma das senhoras exclamou "Até que enfim o corintiano veado foi embora, Senhor!"
Sem preconceitos, mas que aquele era estranho era. Se era!

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Adoráveis agulhas

Tem gente que odeia agulha, meu caso é o oposto. Amo!
Sempre procurei fazer todos os exames, quantos mais picadas melhor: exame de sangue é uma delícia!
Eu sempre fico olhando a agulha entrar no braço, invariavelmente todos que estão com ela na mão me dizem: "Melhor olhar para o outro lado."
Até parece quem vão me arrancar o braço, como se fosse tortura ou morte.
Às vezes eu fico pensando que é pior não olhar porque a imaginação pode ser mais forte.
Contam que certa vez fizeram um teste psicológico com um cara, disseram que iriam matá-lo ao cortar os pulsos (que estavam atados na parte de trás do indivíduo). Ele morreu, mas o corte foi feito de maneira superficial, tendo rápida coagulação.
Morte psicológica. Bom, morre-se até de medo.
Por isso sou a favor de olhar, abrir bem os olhos, nunca se sabe.
Esses dias eu fui doar sangue.
Sempre vou quando vira o prazo da carteirinha; o curioso é que eu bato recorde.
Meu tempo doando sangue é cada vez menor, primeiro eu levava uns 8 minutos, com o tempo consegui diminuir. Dessa última vez até a moça levou um susto: "Nossa! Mas já? Tão rápido!"
No total foram menos de 3:20 minutos. Infelizmente não consegui cronometrar muito bem, mas ela me garantiu o número porque havia posto o relógio para marcar.
Tudo bem que cortar uma artéria pode levar alguém a estado de óbito em segundos, talvez minuto.
Mas tenho andado pensando que minha morte, caso me cortasse ou até mesmo furasse, seria mais rápida do que o normal.
'Menino entra para o Guinness como sendo a morte mais rápida do mundo usando uma agulha para furar uma veia.' E existe isso?
Bom, daqui três meses irei doar novamente, espero conseguir um tempo ainda menor.
Agora é melhor eu me apressar, ainda tenho sessão de acupuntura hoje.
Agulhas por todo o corpo, quer algo mais gostoso? Difícil. Talvez uns cortes de faca, mas dai fica pra outro dia.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

A calcinha da vizinha

Eu gosto de subir em árvores, me dependurar e dar cambalhotas até cair com os pés no chão.
Sempre subi nos galhos de casa. Conseqüência? Tombos.
Nada absurdo. Nunca quebrei nada.
Minha mãe ainda grita: "Menino, deixa de ser louco! Desce dai! Agora!!! Temos que nos apressar!"
Mamãe está sempre apressada, é uma coisa incrível. Não faz quase nada, mas sempre quer estar à frente, adiantada.
Certa vez, de tão rápida, chegou 3 horas antes na massagista. Acho que foi bom para ela, porque até ser atendida ficou extremamente tensa, preocupada com sua hora que nunca chegava.
Um dia mamãe até brigou com o cabeleireiro porque seu corte era simples demais para tanta lenta picotada: "Vá mais depressa!"
"Quer que eu corte a cabeça de senhora?" respondeu ele, já acostumado com as grosserias dela.
"Você que não sabe fazer seu trabalho, mocinho."
E ele me olhou como quem diz 'Como você agüenta?' e de tamanha vergonha me afundei no delicioso sofá.
Aliás, sofá é algo engraçado, é tão difícil encontrar um sofá quanto um colchão bom...
Mas então, eu sempre subi em árvores.
É incrível quantas coisas já encontrei nessas copas: um lápis, uma pipa, alianças de prováveis ex namorados, uma dentadura e até uma caixinha cheia de cartas de amor.
O mais absurdo foi quando encontrei aquela calcinha vermelha fio dental. Era novinha. Encontrei na árvore de frente pra casa da vizinha.
Minha vizinha é tão gostosa!!!
Ela desce por aqueles galhos para sair do quarto e voltar durante a madrugada.
Será que a calcinha é dela? Parece ser seu número... Eu dei até uma... Melhor deixar para lá. Vou lavar e guardar.
Ela é tão gostosa!
Consigo até imaginá-la só de calcinha.
Mas por que será que ela deixou lá?
E quem se importa. Agora ela é minha, a calcinha da vizinha é minha!

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Cuidado com feijoadas...

Eu estivera em casa no verão passado.
Não na minha casa, mas na de mamãe. Claro que, ao chegar, as compras ainda não estavam feitas já todo final de ano ela espera para me torturar daquela forma: indo ao supermercado.
Nunca sei se sou eu quem encolhe ou se é o carrinho de mão que aumenta, essa busca frenética pelo consumismo me sobe à cabeça: eu odeio mercado!
Quero deixar claro que neste caso eu realmente odeio!
Sempre a história sobre andar em todos os corredores procurando algo, o qual não necessitamos.
Mamãe era elétrica, pegava as comidas sempre repetindo:
“Olha que bonitinho! Você tem se alimentado bem, meu filho? Acho melhor comprar este iogurte com cálcio e ômega 3 e 6 para você!”
Eu sempre só concordo e sou obrigado a comer depois, ou seja, no verão eu engordo, engordo, engordo 3 largos kilos.
Quando voltamos para casa, mamãe joga as compras na mesa e puxa a panela para ver o que já irá fazer para o almoço, faz aquele calor infernal e tudo o que eu penso é em colocar as congelados na geladeira, ao menos assim eu tomo um ar refrigerado.
Mas no fundo eu sempre sei que quem irá cozinhar mesmo sou eu. Logo depois de arrumar tudo em seu devido lugar, com mamãe olhando, eu paro e espero a mesma frase: “Vem ajudar a mãe a fazer a comida, meu filho.”
Meu estômago dói, minha gastrite grita só de imaginar como será meu almoço - uma mistura das porcarias que eu sei fazer com as que minha mãe sabe fazer.
Algum dia alguém morreria por causa das invenções dela, tenho certeza disso.
Mas pacientemente coloquei-me à beira do fogão e, sorrindo, fiz tudo conforme a receita gravada de cabeça por ela enquanto ouvia num desses programas matutinos de canal barato que pensa que dona de casa só sabe isso, comida.
O ideal para aquele dia quente, aliás, para o verão inteiro, seria algo bem leve, de sabor macio, nada muito temperado e sem pimenta ou qualquer coisa que desse quentura gástrica. Esse seria o ideal, mas como em casa eu sempre fui o único normal, mamãe resolveu fazer feijoada.
Aquele suor caindo pela testa provavelmente serviria como uma pitada especial de sal naturalmente extraído de lugares desconhecidos.
“Pega as patas.”
“Essas?”
“Claro, quais outras seriam? As tuas?”
Mamãe era um pouco grossa, concordo, mas nada exagerado, era a cozinha muito branca e suja que a deixava alterada, com certeza.
“Coloca folhas de louro também, e sal também, e aquele tempero mexicano também.”
“Mãe, feijoada é brasileira, nada de mexicano aqui.”
“Faz o que tô falando! Até parece que nunca fiz feijoada na vida. Você comia bem, aliás.”
“Porque a senhora não colocava nada mexicano, sua feijoada era a tradicional brasileira.”
“Essa também é! Coloca um pouco de coentro também.”
E eu seguia sempre todas as instruções nada convencionais dela.
A casa começava a gritar, o cheiro era forte e eu espirrava, sempre! A alergia atacava e meu nariz tentava impedir que os odores estranhos a ele entrassem.
O barulho era de gente chegando, primos, tias, tios, parentada toda, família reunida em pleno domingo.
Mamãe era ainda o centro daquelas pessoas todas, mesmo estando um tanto desajustada conseguia reunir todos numa bela mesa de madeira no centro da sala todo ano.
“Que cheiro bom, dona Olinda!”
“É o Zé que tá fazendo, vai lá na cozinha, Amália.”
Amália era minha antiga paixão, prima de primeiro grau, quase proibido, aquilo me deixava louco quando adolescente. Agora Amália era ainda a mesma e minhas vontades eram outras. Claro que como em toda boa história, Amália passou a paquerar a mim depois que eu não quis mais nada.
“E ai, Zé, alguma namorada nova? Ainda solteiro? Olha que se você tá sozinho nesta casa, te pego de jeito!”
“Que isso, Amália!”
E continuava cozinhando desesperadamente, aos poucos me parecia que a cara do porco falava comigo...
“Ai, amigo, essa Amália é maior gostosa, porque não dá uns beijos nela?”
E eu metia a colher panela a fundo e afundava aquela cara feia. Logo vinham as bolhas e eu pensava ‘bom, esse ai morreu..’.
Almoço quase pronto, todos à mesa, mamãe resolve fazer um comunicado:
“Meus filhos, - mamãe tinha o hábito de chamar todos de filho, o que fazia com que parecesse que eu tinha irmãos, sendo que sempre fui e seguirei sendo filho único - faz uns dez anos que o pai do Zé, meu falecido esposo, morreu! É com grande pesar que digo isso, mas saibam que estou bem. Após sua morte repentina aprendi a cozinhar, dançar, fiz um furo a mais na orelha, coisa que eu sempre quis e ele nunca deixou, também me tornei mais comunicativa e hoje venho dizer que terei mais um filho.”
Está certo que dona Olinda, minha estranha mãe, já estava fora da vida, fora porque foi ficando um pouco anormal. Ai pode-se pensar e quem é normal?, mas convenhamos que uma senhora de 88 anos falar à mesa de domingo com a família toda reunida que irá ter mais um filho é um pouco demais. Sem contar que havia dito ter aprendido a cozinhar, era mentira, sempre nos engradados, eu via quando ia visitá-la.
“Mamãe, perdoe-me a intromissão, mas... Como assim ter outro filho? A senhora não acha que já passou da idade. Eu mesmo já tenho 60. Como espera que eu acredite ter um irmão com essa diferença de idade?”
“Ah, querido, não tenha ciúmes. Sabe, gente, ele sempre foi ciumento, mais até que o pai dele. Esse não me deixa em paz até hoje. Eu fui, logo após a morte de meu falecido esposo, no baile da terceira idade. Quando contei que passei a noite dançando com um agradável senhor esse aí ficou com a voz trêmula ao telefone, parecia que eu, uma senhora, seria estuprada!”
“Mamãe, não foi isso, eu falei para a senhora que eu havia engasgado.”
“Sim, sim. Mas conforme-se quanto ao irmão. Irei adotar uma menina! Sempre quis ter uma filha e irei realizar este sonho. Já estou vendo um lar de adoção para visitar.”
Todos ficaram pasmados, não é difícil imaginar.
Terminado o discurso, a família ainda quieta, nessas horas ninguém tem coragem de se pronunciar, começou a comer a feijoada feita por mim com os ingredientes daquela senhora que sorria.
Até nozes tinha, mas eu juro que não fui eu quem colocou.
Mais uma vez o pensamento me veio ‘alguém ainda irá morrer por causa dessa feijoada’.
Dali uns minutos a conversa foi retomada e todos voltaram a falar sobre suas vidas.
Claro que quando mamãe engasgou ninguém percebeu. Nem eu percebi. Ainda me pergunto por quê.
Dali uns instantes levantou da cadeira, foi quando se fez silêncio, mas em segundos caiu com a cara e corpo no prato fundo de feijoada.
Levei para o hospital às pressas, mas era realmente tarde...
Com muita cara de espanto veio o médico me dizer:
“Tua mãe morreu.”
“Qual a causa, doutor?”
“Alergia.”
“Alergia? Mamãe sempre passou de tudo e fez de tudo, nunca teve reação.”
“Ela já comeu comida mexicana?”
Então eu soube, mamãe morreu sufocada por causa da reação alérgica causada tempero mexicano.
Ironia.
No cemitério tudo o que eu conseguia pensar é que ao menos ela morreu feliz, querendo uma menina.
Quando cheguei na minha casa eu também não pude conter o sorriso amarelado, triste, porém de quem tem razão: aquela comida ia matar alguém, de novo, porque também foi numa dessas que papai morreu.

Quanto?...

Eu amo música, por isso vivo me perguntando, e afinal: Quanto uma música realmente fala sobre a gente?
Mas eu também amo cinema, literatura, filosofia, outras culturas, pintura, acumpuntura, dança etc.

Estendendo a pergunta...

Quanto um filme mostra o que queremos ver?
Quanto uma frase exprime o que queremos dizer?
Quanto um olhar revela o que queremos mostrar?
Quanto um quadro exibe o que queremos observar?
Quanto um filósofo fala sobre o que queremos saber?
Quanto um ritual nos inclui em algo que queremos pertencer?
Quanto uma agulha mexe com nossa energia?
Quanto uma dança balança nosso físico e mental?
Quanto ? ...

Será que tudo é somente nossa capacidade de percepção?
Será tudo real? Irreal? Ideal? Imaginário? Observável? Palpável? Substancial? Vago? Absurdo...

Para mim todas as coisas são absurdas. Um tanto Quanto bizarras.

No final Tudo é Nada. E nós somos Uno.
E nada existe sem a percepção.

E será que alguém percebe?
HAN?

Queridos Baobás

Deixei-vos crescer durante ano e meio, reguei, fertilizei, e deixei que a ira que me consumia atasse minhas mãos na hora de arrancar-vos do solo do meu grande planeta.
Hoje decidi que apesar das rachaduras causadas por vossas raizes serem permanentes, vossa presença não o é!
Prefiro a água escoando por dentre os buracos causados por vós, do que a terra molhada fertilizada pela vossa maldade a qual só é capaz de instigar em mim ira e frustração.
Não me visitem, não venham, não chamem, não os quero mais. O meu egoísmo agora diz que vós baobás agora podem colonizar outro planeta, emitam seus ramos, pois eu mesmo cuidarei de plantar-me em minhas terras, e não mais plantar os outros no meu planeta.
Obrigado.
Com amor magoado,
Menino Do Coração De Ouro

E fez-se a luz...

- eh sobre uma mina aih nao ri hein mano vc eh profissional eu faço medicina me expresso atraves do prontuario de paciente e bisturi

- teu erro foi esse trata-la como um bote salva vidas ela nao era a outra nem segurava uma caneca ela era o proprio bote vc procurou se agarrar a ela pra nem morrer afogado sendo que ninguem salva ngm vc sabe disso. as responsabilidades por ter braços e saber nadar é nossa Nossa exclusiva morrem os dois afogados nunca houve outra caneca vc nunca quis que existisse vc nem deu chance para que existisse

- claro que eu quis

- apesar de desejar que sim desejou q sim mas no fundo

- porra Le, eu dei infinitas chances pra ela mudar infinitas

- du não e isso

- e ela sempre fudeu com tudo

- o problema é cm vc ve as coisas cm se ela fosse solução sendo que so era problema ngm eh porto seguro de ngm claro q ela nem ia entrar no teu bote e tirar agua com vc ngm entra em barco furado e se entra so xinga mesmo pq provavelmente tava furado desde antes
ai vc tem q olhar pra si mesmo e se perguntar onde foi que ele furou? entende?

- mas eu acho q vc nao entendeu

- ela so agravou o problema vc coloca o bote como sendo a relação certo?

- o bote salva vidas eh mto mais o q relacionamento representava pra mim exato

- entaooooo exatamente du uma relação não salva ngm de nada mt menos de um mar ou um diluvio em um relacionamento estao dois eu entendo eu falei exatamente essas coisas pro joao e as pessoas podem afundar juntas JURO se ficarem no bote

- simmmm o menino ficou mas acontece que ai eh que ta viu a sua caneca ateh o final
mas nao viu a dela

- a gente encontra a pessoa certa em terra firme não em mar nem afundando entende? du
as pessoas não mudam! ponto sao raras as que mudam as que mudam mesmo! sao muito raras porque mudar requer olhar pra si mesmo nos olhos e nossos olhos sao medusa nos petrificam
pq temos medo ngm se conhece e poucos querem se conhecer eu sei que ninguém muda se vc forçar isso a alguem a pessoa espana mas infelizmente a gente pensa que os outros mudam ngm quer ver o monstro infelizmente e fazer as pazes com ele NGM

- a gente nasceu com uma merda que se chama esperança

- ah mas depende e isso nos faz cometer as maiores merdas do mundo eu acho q isso tamais pra Ilusão com todo o respeito pensando que os outros vão mudar pensa bem....
tem coisa q a gente quer pensar q ve e tem coisa q a gente ve esperar não é sinonimo de se iludir ha uma linha tenue mas ha as pessoas tem eh dificuldade em reconhecer isso
e saber onde pisar pq o emocional eh FODA

- infelizmente qdo a gte gosta d alguém a gente mantem esperança hm pode ser ilusao pros outros mas pra gente eh esperança

- oh du que o outro veja, que o outro mude e tal se o tempo todo vc viu q ela nem era salvação alguma pelo contrario so tv te ajudando a se afundar é ilusao

- eh eu sei

- entao mas oh normal se consola

- saquei

- penso realmente que nem sempre esperamos algo esperar custa uma vida

- eu sei mas esse texto nao eh de agora eu jah tinha escrito ele há um tempo

- o que temos que fazer eh tocar a vida. deixar ser e continuar cativando o carinho e amor dentro de vc pra q se mudar eu nao to esperando mais por ela vc esteja preparado
e seja a melhor mudança possivel entende?

- entendo fika sussa texto eh de maio tenho mto mais coisa escrita

- hm é um texto simples... mas cheio de psicologico neh isso q eu amo nA Menina do Vestido Branco eu soco psicologico se alguem entende nem sei mas eu entendo e me ajuda a pensar refletir sobre a vida e tal situações sei la acho q se eu fosse fazer uma analise de texto por texto dA Menina eu ficaria meio louca... ate o pq dos nomes

- olha uma frase q eu li hj tem razoes psicologicas Entre em paz com o que fez ou deixou de fazer, não importa o tamanho da merda. Deixar-se definir pelo passado é assinar um acordo de nostalgia e auto-punição vitalícias

- relativo ne mas real eu andei pensando muito sbre isso de presente e passado e ainda não pensei nada no final das contas é tudo bem confuso pra mim ainda mesmo! meu passado e como se fossem outras vidas sem zuera parece q foi um filme q vi "nada mais..." o não se definir pelo passado é fato pq as pessoas Podem mudar mas.. raros mudam

- exato

- o homem livre de amarras é um homem livre para viver a vida sem ter medo de errar, pois ele já saberá com antecedência que acontecerão erros e assim não precisará ter vergonha quando cometê-los, pois não mais terá vergonha de si mesmo. eu amo essa frase acho q resumi mt coisa q penso sobre a vida basicamente eh isso vc esta preso a tudo para aprender a estar livre em si mesmo

- eh concordo baby

- demora, mas a gente aprende... eu acho...