sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Você

Outro médio-nível:

Hoje, revendo alguns e-mails recebidos sobre textos que já fiz, encontrei um de uma amiga em que ela fala algo sobre doer mais a ausência de alguém que não se tem do que daquele que somente é ausente por nunca ter sido presente – alguém que simplesmente não se conhece.
Eu também sempre pensei isso, perder para vida é pior que perder para a morte ou pro desconhecido.
E hoje, assim, como quem não quer mudar e que nem imagina que tenha mudado, me peguei pensando o contrário do que muitas vezes já havia dito.
Não é nem melhor nem pior perder para vida ou para morte.
O fato é que neste caso, da minha amiga, é melhor ter amado do que nunca ter conhecido.
Basicamente é aquela velha teoria: antes se envolver e morrer pelo amor do que jamais ter tido a sensação maravilhosa do que é amar.
Tudo bem que eu não sou tão simplista assim, porque falar só isso não justifica os muitos casos de amores fracassados, dores de rompimento, esperas durante anos para nada.
Creio que a medida do amor é o se amar.
Disto nos esquecemos.
Difícil não é ser deixada, não é o não ficar junto, mas o conseguir voltar-se somente para si, sem ninguém para te segurar, para te abraçar dizendo que tudo ficará bem.
Por isso ame alguém até que você se ame tanto quanto possível.
Porque enquanto se amar, amará sem perigo qualquer pessoa que aparecer e fizer o coração disparar.
Amor não é o sofrer, não é a dificuldade da separação.
Amor é o saber retirar-se na hora certa, indo para o caminho certo, tomando a distância certa, com as atitudes de respeito necessárias, sem falar nem mais nem menos, nem se machucando demasiado, nem saindo ileso...
Amar é o levar um tombo, rolar no chão de rir de si mesmo até chorar e saber a hora exata de se levantar para continuar a passada em direção à pessoa certa: você.

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Solte uns gases você também...