quinta-feira, 19 de agosto de 2010

A calcinha da vizinha

Eu gosto de subir em árvores, me dependurar e dar cambalhotas até cair com os pés no chão.
Sempre subi nos galhos de casa. Conseqüência? Tombos.
Nada absurdo. Nunca quebrei nada.
Minha mãe ainda grita: "Menino, deixa de ser louco! Desce dai! Agora!!! Temos que nos apressar!"
Mamãe está sempre apressada, é uma coisa incrível. Não faz quase nada, mas sempre quer estar à frente, adiantada.
Certa vez, de tão rápida, chegou 3 horas antes na massagista. Acho que foi bom para ela, porque até ser atendida ficou extremamente tensa, preocupada com sua hora que nunca chegava.
Um dia mamãe até brigou com o cabeleireiro porque seu corte era simples demais para tanta lenta picotada: "Vá mais depressa!"
"Quer que eu corte a cabeça de senhora?" respondeu ele, já acostumado com as grosserias dela.
"Você que não sabe fazer seu trabalho, mocinho."
E ele me olhou como quem diz 'Como você agüenta?' e de tamanha vergonha me afundei no delicioso sofá.
Aliás, sofá é algo engraçado, é tão difícil encontrar um sofá quanto um colchão bom...
Mas então, eu sempre subi em árvores.
É incrível quantas coisas já encontrei nessas copas: um lápis, uma pipa, alianças de prováveis ex namorados, uma dentadura e até uma caixinha cheia de cartas de amor.
O mais absurdo foi quando encontrei aquela calcinha vermelha fio dental. Era novinha. Encontrei na árvore de frente pra casa da vizinha.
Minha vizinha é tão gostosa!!!
Ela desce por aqueles galhos para sair do quarto e voltar durante a madrugada.
Será que a calcinha é dela? Parece ser seu número... Eu dei até uma... Melhor deixar para lá. Vou lavar e guardar.
Ela é tão gostosa!
Consigo até imaginá-la só de calcinha.
Mas por que será que ela deixou lá?
E quem se importa. Agora ela é minha, a calcinha da vizinha é minha!

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