quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Amizade

Oscar Wilde certa vez escreveu ao final de seu texto: “...a normalidade é uma ilusão imbecil e estéril.”
Esta é uma frase que realmente me toca. De fato todo o texto dele me toca, sobre amizade. Daí eu fico assim, pensando sobre como escrever sobre amigos.
Nunca encontrei muitas palavras, sempre fui de poucos chegados – aqueles com os quais realmente podemos contar, ir na casa, rir junto, chorar no colo, abraçar sempre, pegar na mão sem medo, dar carona sem cobrar, pedir favores sem ser questionado, às vezes levar um puxão de orelha, mas jamais ser julgado... Este tipo de amigo.
Meu hall de amizades sempre foi restrito, talvez pela minha cabeça meio desmiolada, pouca gente se dá bem comigo. Esta foi a conclusão mais certa que pude obter sobre isto, não sou eu quem exige, mas os outros que não encontram o que esperam.
Eu não sou de farra, não sou de bebedeira, não sou de futilidades...
Gosto de boas músicas, levo a vida com um pouco mais de seriedade, adoro a sobriedade das coisas, sou extremamente caseira, aprecio uma boa conversa, falo besteiras sensatas e tenho as curiosidades e dúvidas mais maduras possíveis.
Isto faz de mim um alguém com espírito velho, como dizem.
Há quem me julgue pelos meus amigos. Há quem critique minhas amizades.
Me dou bem mesmo com pessoas bem mais velhas do que eu, para mim são estas as que me oferecem o que procuro!
Infelizmente há sempre um para dizer: mas que absurdo estes velhacos andarem contigo!
Outros criticam dizendo: Credo! – como se minha opção fosse a mais insensata e incabível.
O fato é que amo os amigos que tenho e o que me importa é que são eles que estão comigo.
No final do dia quem critica e julga fica sozinho. A crueldade da língua fere mais a alma de quem profere as palavras do que a quem ouve.
E eu vou pra casa dos que me querem bem e que me aceitam, mesmo com todas as diferenças – que só os hipócritas sabem ver com suas pupilas diminutas.
Eles são loucos e santos, tudo o que eu preciso!
Eles podem não ser perfeitos, podem até, talvez, não irem pro céu, mas posso afirmar com toda a certeza que eles fazem da minha realidade um paraíso profundo dos que sabem ser loucos dentro da seriedade que é necessária ter neste mundo!
Porque no final das contas, é isto o que importa...
Obrigada pela amizade de vocês.

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