quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Despedida

Como se despedir? Como dizer tchau? Como dizer adeus?
Certa vez quando eu fui embora não me despedi de ninguém, mas também nunca mais os vi.
Talvez eu acreditasse que um dia eu voltaria, que eu estaria sempre ali, do lado, ajudando, apoiando.
Com alguns eu mantenho contato, é verdade, mas outros se foram. Eu me fui, a vida vai seguindo e tudo tem que ir continuando.
Mas como fazer uma despedida? Como não chorar? Como abraçar a ponto de marcar na pele para nunca mais se esquecer?
Como beijar e expressar todo o amor que sinto? Como segurar sabendo que vou cair?
Como olhar sabendo que eu deveria mostrar um riso, sendo que não irei sorrir?
Por que algumas pessoas são tão difícies de serem deixadas?
Às vezes a gente nem tem nada, mas parece que aquele instante é tudo.
Talvez alguns digam que são migalhas, que nos contentamos com pouco, que há alguém para oferecer um mundo!
O platônico, o não dito, o engasgado, aquilo que não está nem entre aspas.
Como se despedir?
Como perder sem se deixar ruir?
Vamos caindo aos pedaços, mesmo quando o outro ainda está ali.
Vamos nos rasgando, dilacerando o peito e tentando acreditar que deve haver um bom motivo para ficar... Mas não há.
Como se despedir sem saber se o outro realmente não quer que a gente vá?
O que eu guardo como lembrança são os cheiros.
O perfume alheio que ainda me abraça mesmo depois deu ter ido para casa. Mesmo quando já estou na cama. Aquele cheiro de quem ainda pesa sem nunca ter se deitado.
Será o silêncio em si uma forma de nostalgia disfarçada? Um sentir saudades sem dizer, sem se comprometer?
Como o silêncio corta fino e rente feito faca afiada.
Uma espada no peito. A falta de palavras...
Uma despedida.
E o acreditar que se está indo sempre de volta para casa... Mesmo indo prum lugar diferente.
Porque no fundo eu sei que a pessoa mais importante eu levo comigo: eu.
Para sempre...

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Solte uns gases você também...