sábado, 27 de novembro de 2010

Cheiro de casa...

Parar diante daqueles dois portões de ferro faz meu peito gelar toda vez. Por um momento penso em como deve estar tudo dentro daquele mundo que permanece cindido da minha realidade. Quando a primeira fresta se abre percebo a agitação, aqueles milhares de cachorros, a grama aparada, as árvores. Ao fundo vejo a casa em que passei boa parte dos meus melhores momentos, e mais ao fundo a churrasqueira...
Naquele momento sinto como se tivesse certeza de que tudo pode estar ruim, mas vai melhorar. Talvez seja isso mesmo que casa, no sentido de lar, significa pra mim. O lugar que me dá a certeza de que tudo vai ficar bem, e de fato fica.
Acendo a churrasqueira, atendo o telefone, chegam os amigos, um após o outro, abrem-se as garrafas de cerveja que aos poucos vão se empilhando em cima da pia. A carne fica pronta, assim como a saudade que esta no ponto para ser servida, e divida entre todos. Compartilhamos da falta que uns fazem na vida dos outros, assim como dividimos uma Brahma gelada.
E a noite vem, acende o céu, mostrando como é bonito estar longe do tumulto da cidade, perto de quem se quer bem. As risadas se multiplicam, a alegria pede passagem aos problemas... Relembramos os outros encontros, os tempos de loucura, os amores do passado, e celebramos a vida que cada um escolheu. Cada um com o seu caminho, mas nunca esquecendo dos amigos que fez antes das encruzilhadas...
Alguém liga o som, e apesar das diferenças de gosto musical todo mundo se entende. Um faz beicinho, outro torce o nariz, mas o álcool faz o papel de socializar, e leva todo mundo pro mesmo lugar: A piscina.
Completa-se mais um ciclo, mais um dia em que me senti feliz e abençoado.
Vão indo embora, um a um. E a cada abraço de despedida eu sinto um único cheiro, o cheiro de casa...

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