quinta-feira, 24 de abril de 2014

O Outro.

Esse texto foi feito em uma quarta-feira, 8 de julho de 2009.
A vida novamente volta a me ensinar as mesmas coisas de antes, e quantas vezes mais até aprender?
...


Por que é tão difícil permitir que o outro se vá?
Não por necessidade ou teimosia, mas por escolha, por opção ou por fatalidade...
Por que queremos que os outros sigam em frente, mas não por caminhos separados?
Se achamos que podem chegar mais longe se fizerem certas escolhas isso já não significa que estão longe, em estradas separadas da nossa?
A jornada interna de cada um nos leva para longe de nós mesmos para que um dia possamos nos encontrar no fim, na chegada, na morte derradeira, na paz final... E por que sofremos se alguém vai antes da gente se também não gostaríamos de ir antes deles?
O homem é selvagem, e por mais que não queira um dia um cavalo selvagem o levará para longe dos outros espíritos... Ama aquele que é capaz de deixar livre o próximo.
Deixar livre é poder sentir a presença do outro em nossa jornada terrena... Muitas vezes a boca não fala mais, os lábios não pronunciam, as mãos não tocam, o corpo não chama, a alma não encosta, mas isso não é deixar de amar.
Cavalos selvagens nos dragam...
Continuar caminhando é o dever de cada um e o que desejamos a todos que queremos bem.
Um dia as mãos têm que ser desatadas e os olhares têm que prestar atenção nas pedras pelo caminho, bem como nas nuvens, árvores, rostos, vento...
O mundo é tão pequeno, ao fecharmos os olhos podemos tocar o outro só ao pensar.
Mais um vez partimos e andamos em direção interna, ninguém irá nos acompanhar - nem esposa, nem amigos, nem filhos, nem pais - porque lá somente nós sabemos ver onde fica a luz, onde pisar, quando descansar.
É difícil se desapegar, é difícil saber voltar, é difícil saber partir.
É difícil saber se despedir, é difícil saber abraçar, é difícil saber reconhecer e perdoar...
É difícil porque parece que um pedaço de nós foi embora e não deixou nada para reparar aquela dor, dor que muitas vezes nos faz mancar durante uma boa parte do caminho... Mas mesmo mancos não paramos.
Anjos nos dão as mãos e nos ajudam a sonhar, ajudam-nos a encontrar o rumo de casa dentro de nossa imagem real.
Encontramos máscaras pelo caminho e pessoas andando na direção contrária.
Não adianta falar nem gritar, cada um sabe onde é chegar mais longe, e meu longe nunca será igual ao de ninguém.
Por isso que desatar laços é necessário, todos somos capazes de nadar e voar...
Eu imaginei um mundo perfeito um dia, e ele se tornou realidade - não de amigos à minha volta, mas de momentos insusbstituiveis.
Posso não ter adentrado a estrada de outros que gostaria, mas as poucas vezes que isso acontece é maravilhoso!

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