segunda-feira, 25 de junho de 2012

Liberdade Condicional

Condicional
Acordo para o mundo às 6...
Sempre às 6, sem falta.
Abro os olhos ainda retesados pela luz que a fresta da janela causa.
- É cedo, já.
Coloco-me em pé, como quem está em fila, espero minha vez no elevador.
Ganho a liberdade das ruas, olho ao redor.
No mundo consigo observar as mulheres. Quanta beleza, algumas ainda trazendo aquela meninice que só um homem sabe o quanto é capaz de encantar, outras com olhares firmes como quem escraviza por não depender de ti.
Aproveito cada segundo, analiso a todas. Essa seria boa mãe, a outra boa amante, essa é confiável, aquela interessante...
E a cada uma abre-se uma possibilidade que se desdobra em outras mil de felicidade.
 - De nada adianta. O dia acaba.
Quando me ponho no caminho de volta, com o Sol caindo por de trás do meu caminho, é aí que lembro.
 - Estou em condicional.
Vivo preso desde o dia em que te conheci.
Prisão de porta aberta, sem jogar a chave fora.
Saio em condicional todo dia, mas é a Ela que elevo meu pensamento na volta. Não importam mulheres, importa-me Ela.
Então sou trazido para dentro de casa aos tapas pelo Amor, relutando aceitar minha condição de condicional.
- E se Ela me Amar?
Durmo e acordo repetidamente, assim segue.

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